Já sabemos que a limpeza dos materiais é a etapa mais importante de todo o processamento de materiais. Um material sujo, não será esterilizado. No artigo Detergentes como escolher? fizemos a introdução aos Detergentes e discutimos a formulação do detergente e sugerimos alguns pontos a serem considerados quando procuramos um detergente para utilização na CME.
Nesse artigo vamos tentar esclarecer por que não é recomendado o uso de detergentes de uso doméstico, sem indicação para limpeza dos instrumentais cirúrgicos, para a limpeza na CME.
As diferenças estão na formulação, propriedades dos dois tipos de detergentes:
A Linha da STERIS de detergentes Prolystica 2x mais concentrados seguem rigorosos padrões de qualidade internacionais sendo aprovados pelo FDA e pela ANVISA.
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Detergentes domésticos: a maioria são detergentes iônicos, ou seja, possuem uma parte da sua molécula com carga elétrica (íons) o que pode ser uma carga positiva (detergentes catiônicos) ou negativa (detergentes aniônicos). São eficazes na remoção de sujeiras orgânicas, como gorduras e proteínas, e tendem a formar espuma em maior quantidade. No entanto, podem ser mais agressivos para certos materiais, podendo causar corrosão ou danos ao longo do tempo.
Detergente de uso hospitalar: são detergentes não iônicos. Não possuem carga elétrica em sua molécula, o que os torna menos reativos com outros compostos. São menos agressivos e tendem a ser compatíveis com uma maior variedade de materiais, incluindo metais e plásticos. Produzem pouca espuma e são eficazes na remoção de sujeiras sem causar danos aos instrumentos. Além disso alguns fabricantes como a Steris colocam na fórmula dos detergentes agentes anticorrosivos.
Impactos dos Detergentes nos Instrumentais Cirúrgicos:
Os detergentes domésticos são mais agressivos e isso aumenta significativamente o risco de corrosão e manchas. Esses detergentes podem conter substâncias que reagem com os metais dos instrumentais, levando à corrosão, que compromete a integridade e a durabilidade dos instrumentos. Além disso, as manchas que surgem devido ao uso inadequado de detergentes podem dificultar a inspeção visual dos instrumentais, tornando mais difícil identificar falhas ou resíduos. Além disso, a formação excessiva de espuma pode dificultar o enxágue e a secagem completa dos instrumentos.
Enquanto os detergentes de uso hospitalar são mais seguros para uso em uma ampla gama de materiais, incluindo os usados em instrumentos cirúrgicos, são formulados para serem compatíveis com os materiais dos instrumentais cirúrgicos, como aço inoxidável e titânio. Eles contêm agentes que ajudam a prevenir a corrosão e a formação de manchas, preservando a integridade dos instrumentais. A corrosão pode comprometer a funcionalidade dos instrumentos e criar áreas onde resíduos biológicos podem se acumular, aumentando o risco de infecção.
Regulamentação dos Detergentes:
Detergentes domésticos não são submetidos aos mesmos padrões de regulamentação que os detergentes hospitalares, pois não são destinados ao uso em ambientes clínicos. O uso de detergentes domésticos na limpeza de instrumentais cirúrgicos pode representar um risco significativo devido à ausência de comprovação de eficácia e à possível toxicidade residual.
Os detergentes hospitalares são regulamentados por órgãos de saúde e devem cumprir rigorosos padrões de segurança e eficácia. Isso inclui testes de biocompatibilidade, toxicidade e eficácia antimicrobiana. O uso desses detergentes segue protocolos específicos que garantem a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde.
Conclusão: A Importância da Escolha Correta
Analisando todos esses pontos podemos concluir que os detergentes hospitalares são essenciais para garantir a limpeza e desinfecção adequadas de instrumentais cirúrgicos, além de proteger contra corrosão e manchas. O uso de detergentes domésticos, por sua vez, não é adequado para essa finalidade e pode comprometer a segurança dos pacientes, além de causar danos aos instrumentais, como corrosão e manchas. Esse tipo de detergente causa a falsa impressão de economia, pois o seu valor é baixo quando comparado com o detergente de uso hospitalar, porém os danos que causa no instrumental tendem a um aumento de manutenções e redução da vida útil, por exemplo uma pinça Kelly que tem uma estimativa de vida útil acima de cinco anos em um ano e meio tem que ser substituída.
Portanto, é fundamental que os serviços de saúde utilizem produtos especificamente formulados e regulamentados para a limpeza de instrumentais, assegurando a eficácia do processo e a longevidade dos instrumentos.
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